terça-feira, 28 de junho de 2011

Ao anoitecer, depois que o sol já tivesse escorregado por detrás das montanhas Palen, os morcegos saíam e rodopiavam pelo céu acima dos casebres de Midland. A velha que morava na casa ao lado tinha nos alertado sobre os morcegos. Ela os chamava de ratos voadores e disse que uma vez um deles ficou preso no seu cabelo, e endoidou, arranhando seu couro cabeludo. Mas eu adorava aqueles morceguinhos feiosos, a maneira de eles zunirem pelo ar, com as asas batendo freneticamente. Papai explicou que eles tinha sonares, como os dos submarinos nucleares. O Brian e eu jogávamos pedrinhas, na esperança de que eles pensassem que eram insetos e tentassem comê-las, e que, com o peso, eles caíssem no chão e a gente conseguisse fazê-los de animais de estimação, amarrando um barbante comprido nas garrinhas para que eles pudessem voar por aí. Eu queria ensinar um a ficar pendurado de cabeça para baixo no meu dedo. Mas aqueles morcegos danados eram espertos demais para cair na nossa armadilha.

O castelo de vidro

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